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Série “Além do Esquecimento” aborda a realidade do Alzheimer no Brasil

  • Foto do escritor: Jô Denvas
    Jô Denvas
  • 16 de set. de 2024
  • 2 min de leitura


Com os avanços da medicina, as pessoas estão vivendo mais, mas isso também traz à tona os desafios do envelhecimento, como as doenças relacionadas à demência. Atualmente, cerca de dois milhões de brasileiros convivem com algum tipo de demência, sendo a mais comum o Alzheimer. O tema é destaque na nova série do Fantástico, intitulada "Além do Esquecimento", que estreou no último domingo (15). Em três episódios, o Dr. Drauzio Varella explora a complexidade dessa doença, desde os primeiros sintomas até as pesquisas promissoras em busca de tratamentos.


A vida com Alzheimer: o caso de Marlene e Disraeli


No Brasil, aproximadamente 6% das pessoas acima dos 60 anos enfrentam problemas de memória. Marlene Pereira Pinto, uma professora aposentada, é uma dessas pessoas. Apesar de uma carreira dedicada à educação, tendo formado muitos professores e alfabetizado adultos, Marlene já não se lembra de muitos momentos de sua vida, incluindo seu companheiro de 20 anos, Disraeli de Figueiredo.


Disraeli descreve um momento marcante da doença: "Ela diz: 'Chama a polícia, liga para o porteiro porque tem um homem aqui'. O porteiro responde: 'Não, é o Disraeli'. E ela fala: 'Minha filha disse que ele é do bem.' Tem que achar graça, mesmo sendo doloroso, porque esse é o caminho da doença."


Marlene foi diagnosticada com Alzheimer, a principal causa de demência no Brasil. Segundo o psiquiatra Jerson Laks, da UFRJ, 60% das demências são causadas pela doença de Alzheimer, que, infelizmente, ainda não tem cura.


A evolução do Alzheimer e os desafios diários


A neurologista Jerusa Smid, da USP, explica como a doença afeta o cérebro: "O Alzheimer começa no hipocampo, que é o portal da memória. Conforme a doença avança, compromete outras regiões do cérebro." Marlene também sofre com alucinações, uma das consequências do Alzheimer. “Ela vê sombras, como a de um gato querendo entrar pela janela", relata Disraeli, destacando o impacto emocional da condição.


Diagnóstico precoce é fundamental


Um dos principais pontos abordados na série é a importância do diagnóstico precoce. Elaine Mateus, fundadora do Instituto Não Me Esqueças, alerta que apenas duas em cada dez pessoas com demência recebem um diagnóstico adequado. Ela destaca que muitos profissionais de saúde acreditam que a demência é uma consequência natural do envelhecimento, o que leva ao subdiagnóstico e impede tratamentos adequados.


De acordo com Jerusa Smid, o diagnóstico precoce é essencial, pois algumas causas de demência podem ser reversíveis. Mesmo nos casos irreversíveis, como o Alzheimer, identificar a doença cedo ajuda a retardar os efeitos e manter a qualidade de vida da pessoa por mais tempo. O Dr. Drauzio Varella complementa: “Quanto mais autonomia a pessoa tiver, maior será sua interação com quem está ao redor, o que é essencial, já que a expectativa de vida com demência varia entre sete e dez anos."


Além do Esquecimento: um convite à reflexão


A série "Além do Esquecimento" do Fantástico oferece um olhar profundo sobre os desafios enfrentados por pessoas com demência e suas famílias. Ela nos lembra da importância de falar sobre a doença, buscar diagnóstico precoce e garantir que os pacientes vivam com dignidade e apoio.

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